A Percepção de seu Local de Trabalho Mudou para Sempre
22 de julho de 2020Novos sistemas, novo mundo
10 de agosto de 2020No artigo anterior, discutimos sobre como a percepção do local de trabalho mudou para sempre. Ora, e o trabalho em si?
Para tentarmos entender o que pode nos reservar o futuro próximo, no momento pós-pandemia, devemos sempre olhar na história da humanidade e compreender alguns movimentos que ocorrem imediatamente após uma guerra, uma revolução ou uma pandemia. A humanidade está sempre em transformação, porém, nestas ocasiões de crise mais aguda, o ser humano se transforma, acelera e busca alternativas para sair da crise – como tem sido à busca de uma vacina neste momento. As transformações que ocorrem durante este processo geram consequências sociais indeléveis e transformadoras.
Tomemos a 1ª Guerra Mundial, numa tentativa de corroborar esta conjectura: enquanto os homens iam ao campo de batalha, as mulheres foram instadas a ocupar postos de trabalho mais qualificados até então masculinos. No Reino Unido, ao final de 1917 verificou-se um aumento de 50% em mulheres em empresas e na França este aumento ficou em torno de 20%, em que pese que isto significasse 36% da população ativa. Ao término da Guerra, houve um apelo que elas retornassem para suas casas para repovoar seus países, porém a sociedade já se transformara, direitos foram adquiridos, como direito ao voto pelas americanas, alemãs e inglesas. Começava aí uma longa jornada onde mulheres trabalhando passou a ser uma via mais natural. Hoje a sociedade discute a igualdade de oportunidades e salários, e não se é “correto” ou não as mulheres trabalharem ou votarem.
Não só mudanças de costumes, mas em tecnologia e produtos também ocorreu grande transformação com a criação e/ou utilização de produtos que passaram a fazer parte de uso contínuo da sociedade, como o material usado para estancar o sangue para uso na guerra (posteriormente utilizado em absorventes femininos), raios-X, quimioterapia e o zíper.
Ora, se uma transformação é inexorável, o que devemos esperar?
Se a analogia é válida – que é nossa hipótese histórica – mudança de comportamento e de tecnologia se avizinham. Trabalho anywhere office, remoto, em casa, em coworking, no cyber café ou na empresa já é uma realidade que tomará cada vez de uma parcela maior do mundo empresarial em atividades onde seja possível.
Adicionalmente uma revolução silenciosa está em curso – que não tem a criação de um produto transformador – porém muitos processos estão sendo aperfeiçoados e otimizados e startups estão achando soluções para problemas ora presenciais. As resistências jurídicas e operacionais caíram por necessidade de sobrevivência das empresas que perceberam que os benefícios superam as dificuldades encontradas.
Educação online, processos online, o mundo virtual ficou mais rico e, ao término da pandemia, algumas coisas voltarão a ser presenciais, mas um legado enorme destas mudanças ficará para uma nova sociedade. As organizações públicas e privadas estão se adaptando rapidamente, porém, como ficam os trabalhadores?
Um grande contingente tem perdido seus empregos e o trabalho deve ser a nova prioridade dos governantes, assim que for equacionada a crise da saúde. Como gerar empregos para um contingente de ex-funcionários analógicos?
“O analfabeto do século 21 não será aquele que não sabe ler e escrever e sim aquele que não sabe aprender, desaprender e reaprender.” Alvin Toffler
Muitos empregos deixarão de existir devido a estas transformações. A volta de uma economia crescente não se traduzirá por uma retomada de empregos de forma elástica. O brasileiro tem um forte tino de sobrevivência e DNA de empreendedor, porém deve ser treinado e ter ferramentas para atuar neste novo mundo para não fazer parte da triste estatística de mortalidade de novas empresas.
É para este cenário que devemos estar preparados para amparar nossa comunidade, mentorando e contribuindo para uma percepção do novo mercado que silenciosamente está despontando no horizonte e os governantes terão um papel de protagonismo nesta transformação.
E o Impact Hub tem o papel de estar presente como rede global de suporte e apoio a esse novo mercado e profissionais que serão protagonistas do futuro. Para saber mais como fazer parte da mudança e se conectar, mande um email ([email protected]) ou visite nosso site.
Escrito por Marcos Schwartz
Como Diretor Geral no Impact Hub, é responsável pelo planejamento estratégico e gestão financeira da unidade de Curitiba. Entusiasta da Economia Colaborativa, está em eterna busca de ser um agente de mudança da sociedade. Busca por meio da rede se conectar e inspirar mais pessoas para colaborarem com a comunidade de impacto.
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