
ODS 1: Uma Jornada para Entender a Luta Contra a Pobreza Global
29/07/2025Olá a todos! Hoje quero compartilhar um pouco sobre um tema que me apaixona e que tive a oportunidade de explorar profundamente em um evento incrível: a conexão entre a resolução alternativa de disputas (ADRs) e o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 16 da ONU: Paz, Justiça e Instituições Eficazes. Recentemente, participei da III Missão Paris, um evento que realmente me abriu os olhos para a importância dessas ferramentas na construção de um futuro mais justo e pacífico.
Entendendo o ODS 16: Um Pilar para a Sustentabilidade
O ODS 16 é um dos pilares da Agenda 2030 da ONU, buscando “Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas a todos os níveis”. Isso significa que, para alcançarmos qualquer outro objetivo de desenvolvimento sustentável – seja a erradicação da pobreza, a saúde, a educação ou a proteção ambiental –, precisamos antes de tudo de um ambiente de paz, com acesso à justiça e instituições que funcionem bem.
É fundamental que haja uma redução significativa de todas as formas de violência, o combate à corrupção e a garantia de que a tomada de decisões seja participativa e representativa. Como destacado no documento da ONU, o ODS 16 visa também “reduzir significativamente todas as formas de violência e as taxas de mortalidade relacionada em todos os lugares” e “promover o Estado de Direito, em nível nacional e internacional, e garantir a igualdade de acesso à justiça para todos” (ODS-16.pdf).
ADRs: As Pontes para a Paz e a Justiça
É nesse cenário que as Resoluções Alternativas de Disputas (ADRs) — como a mediação, a arbitragem e a negociação — entram em cena como ferramentas poderosas. Elas oferecem caminhos para resolver conflitos fora dos tribunais tradicionais, de forma mais célere, flexível e, muitas vezes, menos custosa. Mas, mais do que isso, as ADRs promovem o diálogo, a escuta ativa e a busca por soluções colaborativas, fortalecendo relações e empoderando as partes.
Pensem comigo: quando as pessoas conseguem resolver suas divergências por meio do consenso, com a ajuda de um mediador, ou através de um processo de arbitragem imparcial, elas não apenas chegam a uma solução prática para o seu problema, mas também contribuem para a construção de uma cultura de paz. Isso alinha-se diretamente com o ODS 16, pois as ADRs:
• Garantem o acesso à justiça: Oferecem um caminho mais acessível para a resolução de disputas, especialmente para aqueles que não têm recursos para longos processos judiciais.
• Constroem instituições eficazes e inclusivas: Ao serem amplamente adotadas, desafogam o sistema judiciário, tornando-o mais eficiente, e permitem que as soluções sejam construídas pelas próprias partes, promovendo inclusão e responsabilidade.
• Reduzem a violência e promovem a pacificação: O diálogo facilitado pela mediação, por exemplo, pode transformar um conflito destrutivo em uma oportunidade de entendimento mútuo, evitando a escalada da violência, seja ela física ou social.
A III Missão Paris: Um Encontro de Ideias e Compromissos
A III Missão Paris, intitulada “Arbitration, Mediation and Negotiation Bridges to Peace: Innovation and Sustainability in Dispute Resolution France & Brazil”, foi um evento brilhante que exemplificou perfeitamente essa sinergia. A programação, que se estendeu por vários dias, abordou como a inovação e a sustentabilidade na resolução de disputas são cruciais para a construção de sociedades mais pacíficas.
No primeiro dia, palestras como “Comparação de Sistemas Jurídicos” e “Do Diálogo à Transformação: Liderança Feminina na Mediação Judicial Internacional” já apontavam para a importância de abordagens inovadoras e diversas na área jurídica. O evento também contou com painéis sobre “Resolução de Conflitos Ambientais” e “Resolução de Conflitos Empresariais e Trabalhistas”, mostrando a amplitude da aplicação das ADRs em diferentes setores. A visita institucional ao escritório White & Case, um dos maiores escritórios de advocacia internacionais, reforçou a relevância global do tema…
Diversidade, Conflito e o Nosso Papel na Mediação
Um ponto crucial que me chamou a atenção, e que discutimos em profundidade, é como a diversidade, apesar de ser uma riqueza para a sociedade, pode ser uma fonte de conflito se não for bem gerenciada. Diferenças culturais, sociais, econômicas e de valores podem levar a desentendimentos e tensões. Um conflito social pode surgir de desigualdades na distribuição de recursos; um conflito cultural de choques entre tradições e modos de vida; ou um conflito político de visões divergentes sobre governança. Nessas situações, as ADRs são essenciais para transformar esses potenciais choques em oportunidades de aprendizado e coexistência.
Foi justamente sobre isso que moderei o Painel 2 no segundo dia da Missão Paris, intitulado “Pacificação e Impacto Social: Diálogos para a construção de uma Transformação Coletiva. Gestão de Conflitos Sustentável e ODS 16 da ONU”. Foi uma honra compartilhar a moderação com Marcos Schwartz, CEO do Impact Hub Curitiba, e ter a oportunidade de interagir com panelistas tão inspiradores.
Nesse painel, contamos com a expertise de Fabiola Keramidas, presidente da CCami, e Jayme Brasil Garfinkel, presidente do Conselho do Instituto Ação Pela Paz. Discutimos como a gestão sustentável de conflitos está intrinsecamente ligada ao ODS 16. A atuação de entidades como o Instituto Ação Pela Paz, que trabalha na redução de conflitos sociais através da socialização de presos, e a CCami, que promove a mediação para migrantes interculturais, são exemplos práticos de como a sociedade civil e o setor privado podem contribuir ativamente para a pacificação e o acesso à justiça.
Foi inspirador ver como as discussões se aprofundaram na importância de envolver todas as partes interessadas – incluindo comunidades, empresas e governos – na criação de soluções que não apenas resolvam disputas imediatas, mas que também promovam mudanças sociais duradouras. A troca de experiências sobre como gerenciar conflitos decorrentes de diferentes perspectivas sociais, como a proteção de refugiados mencionada por Somayeh Ghandali, mostrou a relevância global do tema.
Rumo a um Futuro mais Justo e Pacificado
A Missão Paris reforçou minha convicção de que as ADRs não são apenas “alternativas”, mas sim caminhos essenciais para a sustentabilidade. Elas são a linha de frente na promoção do ODS 16, capacitando indivíduos e comunidades a resolverem suas diferenças de forma pacífica e construtiva.
A diversidade é, sem dúvida, nossa maior força, e aprender a navegar pelos conflitos que ela pode gerar é um desafio que as ADRs nos ajudam a superar. O compromisso com a paz, a justiça e instituições fortes é uma jornada contínua, e eventos como a III Missão Paris são cruciais para que continuemos a construir essas pontes de diálogo e entendimento.
Estou mais animado do que nunca para ver o impacto crescente das ADRs no mundo e para continuar contribuindo para essa transformação!