Impact Skills – Os primeiros passos para inovar e criar negócios para um mundo melhor.
13 de agosto de 2020O Impacto Positivo Acontece em Ações Coletivas
4 de setembro de 2020Hábitos são difíceis de adquirir. Ao longo dos anos de uma vida, eles vão sendo construídos e moldados na infância, adolescência e na fase adulta, num processo de lapidação lenta baseados em valores e costumes do universo que cerca o indivíduo, seja a família, a comunidade, escola ou ao círculo de convivência. Porém, uma vez adquiridos, são difíceis de desconstruir. Segundo uma pesquisa da Duke University (EUA), 40% de nosso dia é composto por hábitos automáticos. Desde a forma com que apertamos a pasta de dente ou o trajeto que fazemos para o escritório (se o trânsito está razoável, tendemos a fazer sempre o mesmo trajeto por hábito).
Acabamos por automatizar o que fazemos seja pessoalmente quanto profissionalmente. A comida é um exemplo que dá uma pista em relação ao que nos acostumamos. E quando vamos procurar uma dieta? A mudança do hábito daquilo que se come, é uma dificuldade enorme, não é mesmo?
Os médicos afirmam que, quanto mais tempo persistimos na dieta, dentro de uma rotina – não muito extrema – a chance de sucesso aumenta. Por quê? Ora, a mudança incremental e o tempo contribuem para a mudança de hábito, que por si só é difícil. Assim é com a dieta, assim é com tudo. O casamento também funciona assim: as pessoas se apaixonam por outras com hábitos semelhantes e ainda assim, ocorrem mudanças incrementais – mas nenhuma disruptiva – ao longo do tempo, ao que se denomina de “adaptação” a novos hábitos.
Ora, o momento em que vivemos, não é uma mudança incremental e sim, exponencial. Estamos sendo obrigados a refletir sobre praticamente TODOS os hábitos.
Charles Duhigg, em seu livro “O Poder do Hábito”, constrói um círculo virtuoso do hábito que se inicia com o impulso, seja interno ou externo; busca-se, então, a rotina; a rotina leva à recompensa, que volta a novos impulsos, tudo isto com o desejo como pano de fundo. Se fazemos uma dieta, temos o bem-estar como recompensa. Se corremos diariamente, a endorfina nos dá a recompensa.
Uma crise – de pequenas a grandes – sempre nos trazem à reflexão. Quais são os hábitos que tínhamos até então que de fato eram positivos? Quais eram negativos? Trabalho em excesso (quantidade não é qualidade), distanciamento da família, muito tempo em trânsito, questões já declamadas em verso e prosa pelo mundo afora. Assim, estamos sendo obrigados estabelecer novas rotinas que estão nos trazendo inesperadas recompensas, cultivando, assim, um desejo ora latente. Porém, estar em casa 100% do tempo não é recompensador em sua totalidade. Assim, o home office 100% vai retroceder, quando for possível.
Esta reflexão está mudando a forma de trabalho como já comentamos em artigos anteriores, confira aqui. Ora, novos hábitos se avizinham, já adaptados a desejos já expostos: segundas na empresa, terça e quinta no coworking, quanta em home office e sexta num ciber-café, que ninguém é de ferro. A flexibilidade permite escolhas, mas o ser humano vai procurar novos hábitos para deixá-lo perto da academia, reduzir o tempo de trânsito, ver os amigos e arrumar a casa, numa nova cadência que trará mais felicidade, também maior desempenho e novas recompensas. Por força da necessidade, as empresas estão percebendo que a proximidade da empresa não traz necessariamente maior resultado. Mais custo, com certeza. Todas as atividades estão sendo reavaliadas quanto à virtualização ou não.
Estas mudanças serão perenes?
Quanto mais tempo convivemos com novos hábitos, mais enraizados eles ficarão. Mas a busca por eles devem fazer sentido de forma individual, pois os desejos são individuais e a percepção de recompensa idem. Portanto, este desafio tem sido vivido pelas corporações, buscando fórmulas abrangentes e complexas que possam atender a grande maioria em relação à flexibilidade desejada.
Em 1835, Charles Darwin nas ilhas Galápagos observou pássaros com bicos diferentes. De um tipo que comia sementes e o outro tipo que comia cactos. Ambos tinham ancestrais comuns. Significava que se adaptaram ao ambiente, que foi mudando lentamente. As mudanças abruptas levam à extinção, como os dinossauros.
De certa forma, a mudança em que vivemos atualmente é rápida e definitiva. Os prestadores de serviço devem se adaptar à essas novas demandas. Não há tempo para uma adaptação lenta. Os homens e as empresas precisam se adaptar ao já surrado “novo normal”, se não quiserem ser “extintos” e perceberem quais hábitos passarão a fazer sentido.
“Na história da humanidade (e dos animais também) aqueles que aprenderam a colaborar e improvisar foram os que prevaleceram.” –Charles Darwin
O Impact Hub tem buscado fórmulas que se adaptem à este novo mundo: uma comunidade online que permite troca de experiências com empreendedores no mundo todo; atividades também online para impulsionamento de carreiras que tragam impacto para a sociedade; planos de horas flexíveis em nossos espaços, que permite seu uso de forma aleatória, no dia mais apropriado, no mês mais apropriado. Ou para empresas, com pacotes de horas para ser usado pelos seus funcionários da mesma forma. Estamos nos reinventando para atender este novo normal.
E você ? Já se reinventou?
Escrito por Marcos Schwartz
Como Diretor Geral no Impact Hub, é responsável pelo planejamento estratégico e gestão financeira da unidade de Curitiba. Entusiasta da Economia Colaborativa, está em eterna busca de ser um agente de mudança da sociedade. Busca por meio da rede se conectar e inspirar mais pessoas para colaborarem com a comunidade de impacto.
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