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27 de abril de 2017Negócios + Sustentáveis
1 de maio de 2017A era da inovação colaborativa representa uma oportunidade de ascensão de novos jeitos de fazer e conviver. Sabemos que ambientes divertidos, conversas mais descontraídas e a possibilidade de fazer com os outros de forma compartilhada passaram a fazer parte do imaginário dos negócios.
Tomamos contato pela primeira vez com a naturalidade de post its espalhados em paredes e assim iniciamos um caminho incrível de formas criativas coletivas de nos relacionarmos. Nesse caminho, percebemos o valor de novos métodos e ferramentas para impulsionar a geração de ideias e visível em diferentes dimensões da colaboração, ligadas inicialmente a importância do compartilhamento de conhecimento e do alinhamento para resultado. Esse valor pode ser ampliado quando aprofundamos o sentido e os benefícios de agirmos com os outros e assim passamos a considerar também outras dimensões da colaboração, ligadas a autoconsciência em prol do coletivo e a construção de um campo de criação coletiva.
Na busca por novos métodos e ferramentas de caráter colaborativo, a intenção é justamente criar novos jeitos de fazer e conviver em ambientes com múltiplos atores, cada vez mais presentes quando nos referimos a inovação como uma trajetória evolutiva inicialmente calcada em tecnologia e negócios para uma inovação voltada a resolução de problemas sociais complexos- fenômeno visível na ascensão da inovação social, da inovação aberta e da inovação em ecossistemas.
O caráter colaborativo dessas novas formas de inovar se evidencia na necessidade de se lidar com o fenômeno dos múltiplos atores, visível no resgate de diálogos mais autênticos e empáticos, na busca pela compreensão dos interesses individuais e coletivos em jogo e na construção da confiança. A importância da colaboração se evidencia também na facilidade de acesso a pessoas e informações e na importância de uma comunicação autêntica que torna possível a convivência com diferenças de perspectiva e na construção de um propósito compartilhado.
Na prática, a colaboração entre múltiplos atores esbarra em processos de geração de ideias, onde as barreiras ao compartilhamento de informações se tornam mais visíveis. É necessário um resgate de novos modelos organizacionais que sustentem uma inovação transformadora e a operacionalização em novas práticas e ferramentas. Mas como resgatar a conquista dos resultados se as ferramentas e métodos tradicionais levam ao comportamento estanque, ao afastamento, a ruptura e a conflitos de todas a espécie?
Uma das formas de resgate está no redesenho de processos organizacionais que levem em conta o potencial da colaboração e da criatividade. Para isso, é necessário a adoção de novos métodos que libertem as pessoas da lógica da escassez- de ideias, de gentileza e de bem-estar- que impede que a colaboração entre múltiplos atores aconteça. Sketches adaptados ao contexto da colaboração se apresentam como uma interessante proposta para viabilizar resultados inovadores levando em conta o fenômeno de múltiplos atores em ação criativa colaborativa.
Mas porque sketches se apresentam como opção viável no contexto da colaboração? Entendemos que sketches são uma alternativa interessante como abordagem em ambiente multistakeholder por duas razões. Em primeiro lugar, sketches se originam da prática bem-sucedida de designers industriais e se destacam por serem acessíveis como técnica- bastam noções de desenho a mão livre e de uso de materiais como pastel seco, guache e markers para se conseguir em poucos minutos um efeito persuasivo e de alto poder de comunicação. Sketches constituem, assim, a excelência em caminhos gráficos de experimentação criativa.
Quando adotados na lógica colaborativa, ampliam a conexão entre múltiplos atores e se tornam imprescindíveis para ampliar a capacidade de inovar coletivamente. Tornam-se fonte de inspiração para a fortalecimento de times inovadores e meio de conexão com aspectos mais subjetivos sutis do campo social.
Em segundo lugar, sketches tornam-se meio de conexão sutil porque envolvem o domínio de um tipo particular de pensamento generativo, onde o entendimento do problema emerge através de tentativas sucessivas. Assim, o sketch é uma atividade iterativa reflexiva onde a compreensão emerge na prática, no ´fazer´ sketches, em tentativas sucessivas de elucidar o melhor caminho possível de harmonização entre problema e solução. Nessa perspectiva, sketches superam a tensão entre oportunismo e compartilhamento no campo social de múltiplos atores e emergem como importante meio para reflexão das idéias e soluções potencialmente disruptivas.
Sem a capacidade de fazer sketches, múltiplos atores tendem a se concentrar na definição do problema. Sem a capacidade de colaborar, múltiplos atores tendem a ficar presos ao receio de compartilhar e sem espaço para a generosidade e a aceitação da diversidade.
A capacidade colaborativa se combina assim ao talento artístico exposto na confecção de sketches, resultando em ampliação do campo de criação coletiva e na possibilidade exponencial de geração de produtos, serviços e negócios.
Escrito por Marcelo Castilho.