Uma dica para imersão no “universo startup”
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10 de dezembro de 2018Para quem está buscando lugar no mercado, investir na opção é uma alternativa de conseguir colocação. Veja o que é preciso.
Na “rotina sem rotina” dos escritórios compartilhados, onde profissionais e empresas diferentes convivem, vale lembrar o poeta Renato Russo e sua preciosa lição “disciplina é liberdade”. Para toda essa logística livre de regras empresariais, horários fixos e, em muitos casos, espaços ocupados cada dia de uma forma, ter uma liderança ajuda a colocar ordem na casa e fazer todo mundo se entender. É aqui que surge uma nova profissão, cada dia mais crescente: o gestor de coworking.
Para quem ainda não teve a experiência de conviver nesse ambiente, vou fazer um “resuminho”: você compartilha o espaço com diversos profissionais, desde a bancada de trabalho, salas de reuniões, cozinha, etc. A ideia é todo mundo colaborar, fazendo um cafezinho aqui, lavando uma loucinha ali…Mas a gente sabe que sempre tem coisas a mais para se resolver. Por isso, um líder que coordene isso tudo, pense estrategicamente nas atividades do coworking e fomente suas propostas, como eventos de networking, cursos e outras ações características desse local, é essencial.
Uma profissão que só cresce
Mercado em alta e baixa competitividade parece até palavras mágicas para esse contexto de mercado de trabalho no Brasil. Mas sim, é real. O país teve um crescimento de 48% nos coworkings em relação ao ano anterior, conforme Censo Coworking Brasil, 2018. Segundo a Coworking Survey Deskmag 2018, enquanto em dois anos a quantidade de coworkings aumentou 56,2% no mundo todo, seus usuários aumentaram em 161%, mostrando a popularidade deste mercado! E quem está lá liderando esses espaços? Ele mesmo: o gestor de coworking!
A tendência para os próximos anos é dobrar esse número em várias capitais do país, de acordo com Bruna Lofego, especialista em coworking e CEO da rede de coworkings CWK, que conta com unidades em Minas Gerais e São Paulo. “Quem se qualificar e se posicionar no mercado nessa nova função estará largando na frente. Por isso, é uma excelente alternativa para jovens que buscam se qualificar e driblar o desemprego”, avalia ela.
Entre as funções do cargo estão a administração do local e relacionamento com os clientes, por isso, entender de gerenciamento e comunicação é fundamental como pré-requisito. “O gestor de coworking é a pessoa que estará em contato o tempo todo com os clientes, mantendo uma conexão para ser capaz de auxiliá-los com soluções para as quais às vezes eles nem sabem que precisam”, comenta Bruna.
“O mais importante é ter a vontade de aprender continuamente”
Em processo de construção do quinto coworking, além de acumular experiência como consultor para espaços, gestor e gerente de comunidade, Dan Queirolo se declara apaixonado pelo ambiente que os escritórios compartilhados proporcionam, mas também entende que é um ramo que exige bastante de quem quer seguir essa carreira. “É importante ser multi, saber de finanças, saber cuidar de pessoas, ser empático, ter um olhar analítico para os resultados financeiros, e também para os resultados gerados pela comunidade, como as amizades que se formam no espaço, as parcerias e sociedades que surgem entre os coworkers, e por aí vai”, ressalta.
Dan, que teve formação multidisciplinar com Design, Relações Internacionais e Marketing, se dedica hoje a estudar educação, uma área que, segundo ele, tem tudo a ver com o gestor de coworking. “Um gestor de Coworking, antes de tudo, é um ser que leva os coworkers para um mundo mais aberto, livre, horizontal e distribuído, e para isto, precisa estudar muito. Acredito que o mais importante é ter a vontade de aprender continuamente, e também de estar aberto à mudar a sua verdade por outra verdade, pois ao fazer a gestão de um coworking, você percebe que muito do que você achava que daria certo, não dá”, diz.
O profissional também tem experiência no empreendedorismo, onde empreendeu na área do varejo de informática, produtora de eventos culturais, agência de design, startup incubada e acelerada, e uma marca de produtos artesanais em couro, onde muitas vezes foi cliente de coworking e se identificou com a atmosfera do estilo do local. “Criei um coworking para criativos. Após isto, criei várias iniciativas colaborativas, e começaram a me convidar a criar e ser gestor de coworkings”, relembra como a profissão de gestor foi surgindo com as experiências.
De 20 anos do mundo corporativo para o desafio coworker
Duas décadas batendo cartão, lidando com o modelo hierárquico tradicional do mercado de trabalho e aquele sentimento de “perda de tempo e de nenhuma contribuição para a sociedade”. O engenheiro mecânico, formado pela USP (SP), decidiu abriu sair da área de consultoria, ramo editorial e telecomunicações para se lançar no empreendedorismo.
Marcos Schwartz lidera o Impact Hub Curitiba, um desafio que transformou sua forma de atuar profissionalmente, mas principalmente, em ver o mundo. “O networking e o processo de colaboração que gera frutos é o que mais me gratifica. Profissionalmente, surgem diariamente oportunidades de aprendizado, basta estar com a escuta ativa”, diz.
A mudança foi acompanhada de preparação e conhecimento, dois pontos considerados fundamentais para quem quer mudar de carreira. Ao sair do mundo corporativo, Marcos começou a participar de meet ups em busca do que eu queria empreender. “Conclui que meu ideal era criar um marketplace que viesse a construir com a conexão entre clientes e empreendedores: este marketplace é o coworking. A partir daí conheci alguns coworkings da minha cidade; fui em congressos internacionais para conhecer o que estava sendo feito lá fora (Coworking Europe Conference (Lisboa, 2014; Milão, 2015), GCUC USA (São Francisco, 2015; Los Angeles, 2016) e conheci espaços destas localidades e de Londres também. Trouxe para o Brasil o GCUC South America, trazendo players do Brasil e de fora provocando intercâmbio e novos aprendizados”, lembra.
Start na carreira já no coworking
“Comecei sem saber o que era, levei um mês para entender o que era um coworking”, lembra Valquiria Rumor. Formada em Gestão da informação, desde o início da carreira começou a atuar em escritórios compartilhados. Em 2015, teve sua primeira experiência na extinta Beta – A Fantástica Casa das Startups e hoje é Coordenadora de Cultura e Hospitalidade do Impact Hub Curitiba. “Gerenciar é algo muito honroso e não é pouco, é um trabalho que me edifica muito e traz muito crescimento. Cada dia aqui sinto que estou aprendendo mais, crescendo mais e vivenciando coisas que não teria como vivenciar em outro trabalho”, destaca.
Sempre atuando como empreendedora, especialmente na promoção de eventos e como empresária de uma escola de informática, Valquiria integrou todo seu conhecimento na faculdade, das experiências empreendedoras e também como diretora de teatro para sua atuação no coworking. “Busco muitos livros sobre liderança, gestão de comunidade e gestão de conhecimento, além de conversar com os próprios hubbers, então é um conhecimento de várias áreas. Uma única fonte não vai te trazer um olhar global”, ressalta.
Como qualquer novidade, o assunto ainda tem muito a ser explorado! Por isso, não perca o nosso segundo post da série: Dicas essenciais para ser um gestor de coworking. Dúvidas? Envia um e-mail para gente 🙂