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A partir dos anos 2000, com o crescimento da internet e o desenvolvimento de startups, o mercado de trabalho passou por intensas mudanças, especialmente na forma em que as “organizações passaram a se organizar” – redundante, mas é para chamar a atenção. As corporações ficaram menos verticais e mais transversais, com foco em desenvolver projetos de um jeito ágil, sem exclusivamente serem formadas por um especialista para cada área, como explica Frédéric Monnier, Diretor de Sucesso do Cliente da Revelo. “Essas organizações, usadas inicialmente em startups, são hoje bem implementadas em várias empresas mais tradicionais do mercado”, ressalta.
Essa reconfiguração de mercado exige também que os profissionais sejam híbridos, ou seja, com habilidades múltiplas e não apenas especializados em uma única área. Mas se você é especialista, calma, não precisa se apavorar. O mercado de trabalho é um campo amplo.
Veja aqui >> Profissional híbrido: descubra os pontos essenciais para atuar no mercado
Squad e Guild: o que são?
Primeiro vamos entender os principais modelos de atuação das empresas que tendem a crescer ainda mais nos próximos anos. Até as corporações mais tradicionais estão enveredando para esse perfil e, com isso, exigem diferentes expertises profissionais. Dois tipos de organização se destacam, como define Frédéric Monnier:
- Squad: Formada por um time não ligado a uma área específica da empresa, mas dedicado à realização de um projeto envolvendo múltiplas áreas.
- Guild: Uma organização composta de pessoas de áreas diferentes, mas tratando de temas comuns nessas diferentes áreas.
Segundo Monnier, a troca de informação inter-áreas deixa a empresa mais ágil e tem sido muito valorizada. “Em geral, podemos falar que os profissionais que tragam novas ideias e processos, integrando soluções e diferentes áreas das empresas, serão os mais valorizados no atual cenário”, diz.
Profissional especializado: é sim uma necessidade
Sim, o sol nasce para todos. Mesmo com a forte tendência e reconfigurações do mercado, o perfil do profissional especialista é exigido em meio há tantas mudanças. “Eu não acho que o especialista está desvalorizado no mercado. Hoje tem mais visibilidade para o perfil híbrido, mas sempre precisou do especialista e sempre vai precisar”, Frédéric Monnier.
A opinião é compartilhada por Bernardo Srulzon, do GetNinjas, aplicativo para contratação de serviços. E olha que ele tem a carreira inteira construída nesse perfil híbrido. Formado como Engenheiro de Produção pela POLI-USP, nunca teve interesse de atuar na área técnica após a graduação. Sua primeira experiência foi na Monashees, um dos principais fundos de Venture Capital do Brasil, e logo depois entrou para o time do GetNinjas. “Dentro da startup, construí minha carreira passando por diferentes áreas: comecei a trabalhar com marketing de performance, depois liderei o time de inteligência de negócios e agora estou à frente do time de produto”, conta.
Para ele, tudo depende do cargo e da atuação, qual é a proposta do trabalho e também o perfil da pessoa.
“Quando o trabalho exige ‘conexões’ entre áreas ou conhecimentos diferentes é melhor ser generalista. É o caso de boa parte dos profissionais de marketing, produto e inteligência de negócios. Nesses casos, também é importante saber como aplicar tecnologia para automatizar processos manuais e melhorar a eficiência de processos. Em outros casos, como desenvolvedores de software, perfis mais especialistas fazem sentido porque nos permitem aprofundar as discussões e trazem uma melhor qualidade de entregas”, destaca.
“Aprender a aprender”: é o que as empresas querem
De maneira geral, a maior tendência dos modelos Squad e Guild é por profissionais com múltiplas habilidades. Mas há alguns pontos que são exigidos tanto para profissionais especialistas quanto híbridos. São eles:
- Trabalhar em equipe;
- Usar a tecnologia;
- Estar disposto a aprender sempre;
- Se adaptar a diferentes projetos.
Mesmo com a forte tendência dessas organizações optarem por profissionais “multi”, Paulo Otávio Sammarco Oliveira, da Formação de Lideranças da Brasil Júnior, destaca que é ainda há uma resistência no mercado para esse perfil híbrido. “Ocorre uma dificuldade na própria entrada nas empresas no início de carreira, onde a maioria das vagas nas principais organizações requer mais especialidades do que adaptabilidade. É algo que as próprias empresas já estão percebendo, mas compreender isso de maneira mais profunda e consciente desde a contratação permitirá explorar o máximo de potencial destes profissionais ao colocá-los no ‘lugar certo’”, destaca.
Estudante de Engenharia de Alimentos e, apesar de ter tido algumas experiências acadêmicas/científicas (pesquisa como bolsista) na área, a carreira dele quase toda foi no Movimento Empresa Júnior ou brevemente como empreendedor. “Foi isso que me deu a oportunidade de trabalhar na minha área, porém, na considerável maioria do tempo, me dediquei a cargos e papéis diferentes deste, mais voltados a gestão, marketing e liderança, principalmente”, destaca.
Ele ressalta a sua motivação em experimentar, se dedicar e estar disposto a aprender aquilo que era requisitado naquele momento, direcionou seu perfil para diferentes habilidades e competências ao longo da carreira. “Acredito também que, apesar da facilidade em se adaptar aos diferentes contextos e ambientes, esse modelo de profissional deverá se ter um cuidado para conseguir embasar bem as suas ações, mesmo que momentâneo ou para a necessidade específica. O ponto é que por carregarmos diferentes habilidades e conhecimentos, podemos acabar carregando eles de forma superficial, o que pode nos limitar em algumas entregas ou soluções”, dá a dica.
Por fim, vale ressaltar que fazer o que se gosta e alinhar isso com o seu perfil pessoal facilita a definir que tipo de profissional você é: mais híbrido ou mais especialista. A partir daí fica mais fácil a busca dos seus objetivos, seja de ingressar em alguma empresa e ter o seu próprio negócio.
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