
Por que Curitiba é um polo de inovação no Brasil?
3 03America/Sao_Paulo abril 03America/Sao_Paulo 2025Se você acompanhou nosso último post, já conhece o desafio enfrentado por micro e pequenos empreendedores no acesso ao crédito justo. Nesse contexto, o crowdlending – o empréstimo coletivo – surge como alternativa para conectar quem quer empreender a quem está disposto a apostar no impacto.
Mas, você já se perguntou: por que bancos tradicionais demonstram tanta resistência a esse novo modelo?
O crowdlending inova ao transformar um processo antes restrito e burocrático em algo colaborativo e transparente. Por meio de plataformas digitais, pessoas comuns podem investir diretamente no sonho de quem quer crescer – promovendo inclusão, diversidade e inovação. É uma quebra de paradigma: o poder do financiamento passa a ser compartilhado.
Os bancos tradicionais, diante desse movimento, nem sempre reagiram positivamente. Muitos enxergam nas plataformas de crowdlending uma concorrência direta, especialmente no atendimento de pequenos e médios negócios, historicamente preteridos pelo sistema financeiro convencional. E lembre-se: quanto maior a concorrência, menor o lucro dos intermediários. Diminuindo a importância do banco como elo central, sua margem de lucro reduz. Este cenário já se observa em outros setores, como aconteceu com a música, onde plataformas digitais permitiram que artistas chegassem diretamente ao público, tirando das gravadoras o controle sobre as regras e preços do mercado.
Em relação às justificativas apresentadas pelos bancos para resistir ao crowdlending, há argumentos que envolvem preocupações legítimas. Eles costumam afirmar que a segurança dos investidores e tomadores pode estar em risco quando o crédito é concedido de forma colaborativa, sem uma “vigília” tão rigorosa quanto a dos bancos. Justificam que, sem regras claras e fiscalização forte, há uma porta aberta para práticas financeiras ilícitas, destacando a importância da prevenção à lavagem de dinheiro. Além disso, alegam que a proteção do consumidor pode ser prejudicada na ausência da intermediação bancária, e que pessoas físicas e pequenas empresas ficariam mais vulneráveis em casos de inadimplência ou eventuais falhas das plataformas.
Contudo, por trás desses motivos, existe também o receio natural de perder espaço. O crowdlending democratiza o acesso ao crédito e desafia modelos estabelecidos do sistema financeiro, tirando do banco a centralidade da relação e colocando o poder de decisão nas mãos da comunidade.
Na prática, o que se vê é um movimento dos grandes bancos para pressionar o setor público e reguladores por normas mais restritivas para as fintechs, criando barreiras de entrada para plataformas colaborativas e dificultando o acesso a informações estratégicas, como cadastros de crédito nacionais. Ao mesmo tempo, começam a lançar seus próprios produtos digitais, acelerar parcerias com plataformas de empréstimo e buscar maneiras de se manter relevantes em meio à transformação.
O que não muda, porém, é a força da comunidade. O crowdlending segue crescendo, mostrando que juntos podemos criar alternativas mais humanas, ágeis e inclusivas para o dinheiro circular.
No Impact Hub Curitiba, acreditamos profundamente nesse poder de transformação. Acompanhe nosso próximo post, onde traremos histórias reais de negócios impactados e mostremos como você pode fazer parte dessa mudança.
Você já investiu – ou pensa em investir – via crowdlending? Compartilhe sua experiência ou envie suas dúvidas nos comentários!